Falta de chuva é o principal responsável, segundo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve gastar cerca de 255% a mais com a produção extra de energia no Brasil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e apontam a falta de chuva como a principal responsável pela crise energética.
Para a diretora do Instituto Ilumina, Clarice Ferraz, o problema agrava a crise econômica porque afeta o comércio e as indústrias. “Para se ter uma ideia, no ano passado foram gastos 8 bilhões de reais para se pagar a térmicas despachadas no setor. Para esse ano, nós estamos falando de 24 bilhões de reais. Tudo vai para a tarifa do consumidor final”, ressalta.
No entanto, ela também afirma que o gasto extra do governo com energia elétrica é suprido pelas tarifas que vêm na conta de luz. “O consumidor é afetado duplamente: pela inflação da sua conta de energia e pela inflação de todos os outros itens que compõem a sua cesta de consumo, porque todos eles, também, estão sendo afetados justamente por causa do aumento do preço de eletricidade”.
Em meio à crise, a Aneel descartou o risco de apagão, mas aprovou um leilão para contratação emergencial de energia elétrica. A ideia é contratar energia de usinas eólicas, solares e termelétricas. O leilão será no dia 25 de outubro e as empresas vencedoras vão fornecer energia entre maio de 2022 e dezembro de 2025. O órgão quer que as usinas forneçam energia para os estados do Sudeste, Centro-oeste e Sul do país, locais onde a crise é mais grave.
Hoje, a bandeira tarifária, método adotado pela Aneel para cobrar impostos da conta de luz, é classificada como escassez hídrica. Isso significa que os brasileiros pagam R$ 14.20 para cada 100 quilowatt consumido por hora. Na prática, uma conta de luz que custava cerca de R$ 150, pode chegar a R$ 250 durante a crise energética.
Fonte: Rede de Notícias Regional
Vitalino Crellis, presidente do Sincomércio